domingo, 27 de março de 2011

Inspiração alheia

Há muito tempo que não escrevo. Como azeite para água. A escrita, em mim, tem um efeito condutor que pode, até, levar à separação de placas. Ao desajuste e ao caos. Deixo bilhetes escritos no vazio. Crio tormentas pelo silêncio de mil palavras. Volto ao labirinto de poder, tão dentro, na redoma. E rodopio para novamente escrever, na areia, na efémera e intermitente matéria movediça. Deixo bilhetes fora de caixa. Busca incessante de novas arrumações, novos desencontros também. Mexe e volta a mexer. Umas vezes em ebulição, outras em abaixamento criogénico. Palavras soltas, na essência de um grito.

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