terça-feira, 10 de maio de 2011

Balance

Hoje, não apenas hoje, mas especialmente hoje, tenho dúvidas deste mundo. Hoje desarrumei a caixa. Hoje, cumulativamente, vasculharam joias, tesouros, segredos, soltos e escondidos entre artefactos nesta caixa.
O sangue percorre as veias como rindo, às gargalhadas. Em parte, nervoso miudinho. Por outro, pelas situações caricatas em que se colocam os demais, sem necessidade, sem pedido.

E não vou arrumar a caixa, hoje. Há dias em que precisamos deixar pendentes, por que vamos querer prolongar a conclusão dos mesmos em acto ponderado, decidido. E, no seu tempo, selarei o envelope.

domingo, 27 de março de 2011

Inspiração alheia

Há muito tempo que não escrevo. Como azeite para água. A escrita, em mim, tem um efeito condutor que pode, até, levar à separação de placas. Ao desajuste e ao caos. Deixo bilhetes escritos no vazio. Crio tormentas pelo silêncio de mil palavras. Volto ao labirinto de poder, tão dentro, na redoma. E rodopio para novamente escrever, na areia, na efémera e intermitente matéria movediça. Deixo bilhetes fora de caixa. Busca incessante de novas arrumações, novos desencontros também. Mexe e volta a mexer. Umas vezes em ebulição, outras em abaixamento criogénico. Palavras soltas, na essência de um grito.